O filme, baseado numa história real, conta com a talentosa Hilary Swank (vencedora do Oscar por "Meninos Não Choram" e "Menina de Ouro") no papel principal. Mãe de dois filhos, Betty teme a aceitar o destino de seu irmão e resolve tirá-lo da cadeia por conta própria, quando ninguém mais acreditava numa libertação. O problema é que Betty não é uma advogada e não tem nem o ensino médio concluído, tendo que atingir essas conquistas primeiro e descobrir um meio de absolver Kenny, tentando conciliar estudos, casamento, um trabalho de garçonete e seus filhos.
Pode não parecer tão instigante e intrigante quanto "Prison Break", série da FOX em que um irmão resolve cometer um crime para ser preso e escapar da cadeia com o outro no corredor da morte, e realmente não é. Mas Hilary e o diretor Tony Goldwyn ("Um Beijo a Mais") sabem ser bons no que fazem e a história de dois irmãos que tem em suas vidas uma reviravolta injusta é aqui tratada de maneira delicada e muito correta. A atriz convence a cada conquista e a cada derrota de sua personagem e a direção mantém o ritmo durante todo o filme, envolvendo o público em sua busca pela justiça e liberdade. Rockwell também convence, e muito, na pele do preso.
O resultado final é bom, mas o filme poderia ter aproveitado melhor Melissa Leo, cujo personagem importante na trama é reduzido a apenas algumas cenas, bem menos memoráveis do que as de outras atrizes como Juliette Lewis e Minnie Driver, essa última de grande destaque e a outra com apenas uma cena de arrasar. Se o talento de Melissa é desperdiçado, o de Hilary Swank é muito bem aproveitado e essa faz do filme uma obra digna da incrível história de Betty Anne Waters. Difícil vai ser alguém não gostar do filme e não sair admirado pela coragem da personagem real, impecável nas telas. Afinal, quem volta pra escola e faz faculdade de direito por uma causa que todos julgam perdida?
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