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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mesmo Se Nada Der Certo


Por Gabriel Fabri

Somos todos estrelas perdidas? Se depender de "Mesmo Se Nada Der Certo" ("Begin Again"), a resposta é sim. Mas podemos encontrar um espaço para brilhar. Pelo menos, é o que mostram os protagonistas Dan e Gretta, interpretados por Mark Ruffalo e Keira Knightley, respectivamente. O filme, dirigido por John Carney, é um divertido drama que ganha a simpatia do público com a agradável trilha sonora e pequenos, mas bem-vindos, toques de humor.


O longa-metragem se inicia com uma performance de Gretta, que não deixa o público do bar impressionado, mas hipnotiza um homem na plateia: o produtor musical Dan, que já chegou a ganhar dois Grammys, mas que está em decadência profissional e com problemas pessoais.  Ele, após ser demitido da gravadora que ajudou a fundar, vê em Gretta potencial para se tornar uma grande cantora. Ela, namorada de um astro do pop (interpretado por Adam Levine, vocalista da banda Maroon 5), não quer saber da indústria fonográfica. Mas os dois somarão esforços em um projeto inusitado: gravar um álbum fora de um estúdio, cada música em um lugar diferente da cidade de Nova York.

A história não guarda muitas surpresas, mas a direção e o roteiro acertam no desenvolvimento da trama, que equilibra bem o drama, as músicas e o humor. O uso de dois grandes flashbacks, um para o personagem de Ruffalo e outro para o de Knightley, pode parecer estranho, mas funciona. E quando a história ganha um gás, o espectador já está completamente envolvido com os personagens. 

O ponto alto do filme são as músicas, muito gostosas de acompanhar. Tendo isso em vista, o desfecho soube se aproveitar desse recurso para encerrar a história em seu ponto alto, deixando as resoluções para as cenas durante os créditos. Uma maneira bem simples, mas eficaz, de encerrar uma boa história. Afinal, como o próprio protagonista afirma, em um momento fofo de "Mesmo Se Nada Der Certo", as coisas mais banais da vida ganham significado com a música. 

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis



Em determinado momento de Os Miseráveis (Les Miserables), não muito depois do seu início, a câmera para e observa estática Fantine (Anne Hathaway), em seu canto direito. A atriz encara as lentes e começa a cantar a bela canção I Dreamed A Dream. O mais longo close-up do filme pode ser capaz de derreter corações de pedra e é, definitivamente, o melhor momento da atriz em toda sua carreira: cantando (e atuando) por mais de três minutos sem um único movimento de câmara, de frente a ela, Hathaway hipnotiza e emociona. Uma cena poderosa como essa, logo no começo de um longa com mais de duas horas e meia de duração, poderia tornar tudo em seguida parecer menos grandioso, mas isso definitivamente não acontece: o musical é arrebatador.

O diretor Tom Hooper, vencedor do Oscar por O Discurso do Rei, sabe o que faz. Aliado à excelente direção de arte, que criou cenários vibrantes e caprichados, o filme, cuja fotografia também é impecável, dá uma nova vida ao clássico de Victor Hugo. A alternância de planos é muito usada, mas Hooper repete o uso de closes nos atores muitas vezes, permitindo um maior envolvimento com as emoções das personagens, todos muito bem construídos e interpretados.

Os atores, importante ressaltar, são de uma importância crucial. Os Miseráveis praticamente não tem diálogos - tem monólogos, e são todos cantados. O elenco mostra um talento incrível que, aliados à direção primorosa, ao roteiro bem amarrado e à trilha sonora, segura e emociona o espectador ao decorrer da jornada. Além de Hathaway, quem também se destaca é Hugh Jackman, no papel principal. Uma de suas músicas (Suddenly) está indicada ao Oscar de Melhor Canção e merece o prêmio - a cena também é excelente. Jackman também está indicado a Melhor Ator, enquanto Hathaway é a favorita para ganhar  como Melhor Atriz Coadjuvante.

Dividida em duas partes, a história começa quando o personagem de Jackman é libertado da prisão, depois de cumprir pena de 19 anos por roubar um pão - e, na cadeia, ter tentado escapar. Anos depois, sua vida mudou, e ele tem a chance de ajudar Fantine e sua filha, que mais tarde será interpretada por Amanda Seyfried (12 Horas). A vida dos pobres na França é retratada sob a ótica - e a voz - deles. É a hora da revolução?

Completam o elenco Russell Crowe, Helena Bonham Carter e Sasha Baron Cohen, como os vilões da trama. Além deles, a bela Samantha Barks estreia no papel de Éponine e impressiona - uma de suas cenas musicais também está entre as mais emocionantes do filme.

Com oito indicações ao Oscar de 2013 e dois Globos de Ouro conquistados (Melhor Filme Comédia/Musical e Melhor Atriz Coadjuvante para Anne Hathaway, favorita ao Oscar), Os Miseráveis fez por merecer - poderia ser indicado até em mais categorias, como Melhor Diretor, por exemplo. São raros os filmes hoollywoodianos que conseguem envolver tanto o espectador, não com ação, mas explorando bastante os sentimentos dos personagens, por meio das músicas e dos seus closes. Algumas pessoas sairão das salas antes do final, porque, apesar de envolvente, está longe de ser uma obra fácil de ser digerida. Quem assiste à ela está desarmado diante de tantas cenas levemente tocantes e precisa estar disposto a permitir essa vulnerabilidade, essencial para sentir que, em suma, Os Miseráveis é arrasador.

domingo, 23 de outubro de 2011

Onde o Amor Está!

  

       Impossível não pensar em "Coração Louco" (Crazy Heart, 2010), no qual Jeff Bridges ganhou o globo de ouro de melhor ator pelo papel principal, ao assistir "Onde O Amor Está" (Country Strong). Todos os elementos estão lá: a música country, os problemas com a bebida, a carreira por água abaixo por causa dela, relacionamentos instáveis e a chance de se reerguer. Poderia se dizer que sai Bridges e entra Gwyneth Paltrow, mas apesar das semelhanças, o filme desta atriz também tem seu brilho.
       A trama neste é bem diferente: Kelly Canter (Paltrow) é uma grande estrela americana, entretanto perdeu o bebê bêbada em um show em Dallas e foi parar numa clínica de reabilitação, onde se envolveu com um anônimo cantor de bares, Beau Hutton (Garrett Hedlund), traindo seu marido que também é seu produtor. Este fará de tudo para que Kelly dê a volta por cima e retome sua carreira de volta ao topo, mas ele começa a se interessar por Chiles Staton (Leighton Meester, da série Gossip Girl), uma ingênua jovem que sonha em se tornar uma estrela tão grande quanto Kelly, mas que para isso precisará da ajuda de Beau para superar suas inseguranças.
        Enquanto "Coração Louco" se sustentou majoritariamente em Bridges, "Country Strong" tem outros atrativos além da excelente atriz principal: os três coadjuvantes formam uma rede de conflitos bem desenvolvida e essencial para a construção da trama. Claro que Gwyneth, que já ganhou o Oscar por "Shakespere Apaixonado" e quase salvou "Duets - Vem Dançar Comigo" com a música "Cruisin'", é o grande destaque do filme e sua atuação (e as perfomances) é mais uma vez cativante e digna de aplausos. Fora o elenco, as músicas também valem por si só, não só as da Paltrow, como também as de Meester e Hedlund. Impossível não se apaixonar pelo dueto dos dois "Give In To Me" ou por Leighston arrasando ao cantar 'Words I Couldnt Say', só pra citar alguns exemplos.
       O enredo do filme é muito bom e não deve decepcionar ninguém, principalmente junto com um elenco e uma trilha sonora tão boas. É uma pena que a força do country seja fraca no Brasil e o filme, indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme (comédia ou musical), tenha saído diretamente em DVD. Ver, na tela grande, Gwyneth Paltrow cantando "Coming Home", música indicada não só ao Globo de Ouro quanto ao Oscar de Melhor Canção,  já seria um espetáculo por si só. Mas a obra por completa também valeria ver no cinema, assim como vale ver em casa. Afinal, é sobre música, amor e fama: aquela combinação que pode dar o que falar.     

Abaixo, a perfomance de Paltrow no Oscar 2011: