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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba



Por Gabriel Fabri

Falecido em agosto de 2014, o ator Robin Williams vive um dos seus últimos momentos nas telas do cinema no filme "Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba". Ele interpreta pela terceira vez a estátua do ex-Presidente dos Estados Unidos Roosevelt, que ganha vida no Museu de História Natural de Nova York quando o sol se põe, assim como todos os outros objetos em exposição. Todas essas criaturas, entretanto, correm o risco de perder para sempre a magia que as transforma em seres animados.

Ben Stiller retorna no papel de Larry, o vigia noturno do museu. Nessa nova aventura, ele descobre que a magia que dá vida aos objetos provem de uma placa de ouro egípcia, que está se deteriorando. Para salvar os seus amigos, ele irá levar a placa para um museu na Inglaterra. Só um Faraó, cuja tumba está exposta nesse museu, pode ter a solução para o problema. Porém, ao chegar em um museu desconhecido com a placa, ela dará vida também para todas os objetos do local, que despertam pela primeira vez.

Ao transportar os personagens conhecidos como o de Robin Williams e o Owen Wilson para um museu diferente, com novas criaturas que Larry não conhece, "Uma Noite do Museu 3" faz com que a história de artefatos históricos ganhando vida tenha um ar de novidade que não se perde durante a maior parte do filme. Com bom humor, que brinca mais com as novidades tecnológicas e as suas manias do que os fatos históricos, o longa-metragem conquista rapidamente a simpatia do público, embora algumas piadas soem forçadas. Quem se destaca, roubando a cena do filme, é Lancelot, o personagem de Dan Stevens, que protagoniza o melhor momento do filme junto com Hugh Jackman, em uma participação especial como ele mesmo. 

O resultado é uma comédia leve e divertida. Uma boa pedida para as férias de janeiro. 

domingo, 18 de maio de 2014

X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido




Por Gabriel Fabri

Muita expectativa cerca o novo filme dos mutantes da Marvel. Trata-se, afinal, da união do elenco principal com os atores jovens de "Primeira Classe" - tendo, na linha de frente, o personagem Wolverine (Hugh Jackman), que já ganhou dois longa-metragens próprios. Fazer essa mistura ser convincente não é tarefa fácil, mas "necessária" para o mercado de cinema. É a união das duas maiores estrelas da série, Jackman e Jennifer Lawrence (de "Trapaça"). Felizmente, o que resulta de "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido", de Bryan Singer, é o mais empolgante longa-metragem da série.


Na trama, o planeta Terra foi transformado em um cenário apocalíptico. A guerra entre mutantes e humanos chegava ao ponto de quase extinção dos X-Men, devido à criação de robôs muito mais poderosos. Em meio a esse caos, a única solução foi enviar Wolverine através do tempo, para o ano de 1973. 50 anos no passado, o mutante deve convencer as versões mais novas de Charles Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) a impedir Mística (Jennifer Lawrence) de assassinar o criador das máquinas que desencadearão o fim do mundo como conhecemos. 

Embora surja com ares de novidade - a destopia futurista consolidada, a união de todos os mutantes e a viagem no tempo -, o novo X-Men continua apostando na fórmula que o consagrou: boas dozes de humor, muitas cenas de ação e um discurso muito positivo sobre, em suma, tolerância com os outros e aceitação de si mesmo. Esse é o "segredo" do sucesso da série. Elementos que aqui se apresentam de maneira ágil e envolvente.Um ponto alto é a divertidíssima sequência durante uma fuga no Pentágono, que acontece dentro de uma cozinha, logo no começo do filme. Uma fuga que, aliás, garante outros momentos hilários - sete filmes depois e os roteiristas ainda conseguem extrair algo de cômico dos super-poderes dos personagens.

A mistura dos elencos traz problemas, mas também é parte da solução. O acerto foi trazer ao passado apenas Wolverine, o mais "descolado" dos mutantes, tendo bastante química com os personagens mais jovens. O sarcasmo está presente até para tirar sarro da ideia de volta no tempo, que rende alguns bons diálogos. Wolverine, além do público, é o único que conhece como os personagens com quem dialoga estão mudados, no futuro.

O clímax é, talvez, o grande problema do filme. No passado, é realmente o momento mais empolgante do longa-metragem, decisivo. No futuro, soa desproposital - afinal, não é alí que se dará a solução do conflito. E o pior: tirando a mais que desnecessária participação especial de Hale Berry, a maioria dos mutantes desse futuro são desconhecidos do público, que não desenvolve por eles a menor simpatia - só conhecemos os seus poderes, apresentados no início do filme. Ou seja: "Dias de Um Futuro Esquecido" monta paralelamente o clímax de duas histórias, uma de longe menos importante que a outra. A ideia de um "24 Horas" com meio século de diferença até ajuda a aumentar a tensão, mas atrapalha o desenvolvimento desse final. Até por quê a ação do futuro não tem nada de empolgante ou de novo, ao contrário das cenas com o elenco jovem. Afinal, quem se importa com quem vai morrer no futuro, se o que acontece no passado vai mudar isso, inevitavelmente?

Apesar dos problemas, "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" é o mais empolgante e divertido filme da série. Deve agradar em cheio aos fãs. Estes terão que esperar por mais um longa-metragem, porém, para alguém explicar por que o Professor Xavier ainda está vivo em 2023, quando sabemos que o personagem foi morto e enterrado em "X-Men: O Confronto Final"... Está aí um possível pretexto para uma continuação.  

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis



Em determinado momento de Os Miseráveis (Les Miserables), não muito depois do seu início, a câmera para e observa estática Fantine (Anne Hathaway), em seu canto direito. A atriz encara as lentes e começa a cantar a bela canção I Dreamed A Dream. O mais longo close-up do filme pode ser capaz de derreter corações de pedra e é, definitivamente, o melhor momento da atriz em toda sua carreira: cantando (e atuando) por mais de três minutos sem um único movimento de câmara, de frente a ela, Hathaway hipnotiza e emociona. Uma cena poderosa como essa, logo no começo de um longa com mais de duas horas e meia de duração, poderia tornar tudo em seguida parecer menos grandioso, mas isso definitivamente não acontece: o musical é arrebatador.

O diretor Tom Hooper, vencedor do Oscar por O Discurso do Rei, sabe o que faz. Aliado à excelente direção de arte, que criou cenários vibrantes e caprichados, o filme, cuja fotografia também é impecável, dá uma nova vida ao clássico de Victor Hugo. A alternância de planos é muito usada, mas Hooper repete o uso de closes nos atores muitas vezes, permitindo um maior envolvimento com as emoções das personagens, todos muito bem construídos e interpretados.

Os atores, importante ressaltar, são de uma importância crucial. Os Miseráveis praticamente não tem diálogos - tem monólogos, e são todos cantados. O elenco mostra um talento incrível que, aliados à direção primorosa, ao roteiro bem amarrado e à trilha sonora, segura e emociona o espectador ao decorrer da jornada. Além de Hathaway, quem também se destaca é Hugh Jackman, no papel principal. Uma de suas músicas (Suddenly) está indicada ao Oscar de Melhor Canção e merece o prêmio - a cena também é excelente. Jackman também está indicado a Melhor Ator, enquanto Hathaway é a favorita para ganhar  como Melhor Atriz Coadjuvante.

Dividida em duas partes, a história começa quando o personagem de Jackman é libertado da prisão, depois de cumprir pena de 19 anos por roubar um pão - e, na cadeia, ter tentado escapar. Anos depois, sua vida mudou, e ele tem a chance de ajudar Fantine e sua filha, que mais tarde será interpretada por Amanda Seyfried (12 Horas). A vida dos pobres na França é retratada sob a ótica - e a voz - deles. É a hora da revolução?

Completam o elenco Russell Crowe, Helena Bonham Carter e Sasha Baron Cohen, como os vilões da trama. Além deles, a bela Samantha Barks estreia no papel de Éponine e impressiona - uma de suas cenas musicais também está entre as mais emocionantes do filme.

Com oito indicações ao Oscar de 2013 e dois Globos de Ouro conquistados (Melhor Filme Comédia/Musical e Melhor Atriz Coadjuvante para Anne Hathaway, favorita ao Oscar), Os Miseráveis fez por merecer - poderia ser indicado até em mais categorias, como Melhor Diretor, por exemplo. São raros os filmes hoollywoodianos que conseguem envolver tanto o espectador, não com ação, mas explorando bastante os sentimentos dos personagens, por meio das músicas e dos seus closes. Algumas pessoas sairão das salas antes do final, porque, apesar de envolvente, está longe de ser uma obra fácil de ser digerida. Quem assiste à ela está desarmado diante de tantas cenas levemente tocantes e precisa estar disposto a permitir essa vulnerabilidade, essencial para sentir que, em suma, Os Miseráveis é arrasador.