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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sia - This Is Acting



Adele, Beyoncé, Rihanna, Katy Perry, Kelly Clarkson, Christina Aguilera, Carly Rae Jepsen, Pitbull, Ne-Yo - a lista de artistas que já entraram em estúdio com a australiana Sia Furler ou que encomendaram uma de suas canções é grande, reunindo os maiores nomes da música pop atualmente. Desde que despontou com a canção "Titanium", do DJ francês David Guetta, e levou Rihanna ao topo das paradas com "Diamonds", Sia se tornou uma das queridinhas da indústria fonográfica norte-americana. Seu sétimo álbum de estúdio, This Is Acting, é o segundo fruto de seu trabalho em compor para os gigantes da música, em busca do hit perfeito.



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  • Assim como o seu trabalho anterior, 1000 Forms of Fear, que fez sucesso com as canções "Chandeliere "Elastic Heart" (originalmente oferecidas para Katy Perry), This Is Acting reúne 13 canções que foram oferecidas para outros artistas e descartadas por eles - a única exceção é a balada "One Million Bullets". Por isso, em cada canção, Sia assume uma persona diferente, como sugere o título do CD.

    O conceito de This is Acting revela um pouco de como funciona a indústria: acampamentos de compositores (no caso específico da cantora Beyoncé) e músicas sob encomendas. Em entrevista a Rolling Stones, Sia revelou que chegou no estúdio para compor com Rihanna e Kanye West e encontrou bilhetes sobre como eles queriam a música. "Mas é hilário porque eu vou lá, mas eles quase nunca aparecem", declarou. Pelo menos duas canções destinadas à Rihanna estão no álbum de Sia, e são excelentes: a melhor é "Reaper", que Sia admite ter incluído na tracklist apenas porque o seu empresário gosta dela, e a outra é a divertida "Cheap Thrills". As duas são a cara da cantora de Barbados, que recentemente esteve novamente com Sia para ouvir 25 de suas canções e, quem sabe, gravar alguma para o seu oitavo álbum, ANTi. Nenhuma das composições de Sia foi selecionada para o CD lançado um dia antes de This is Acting

    É difícil escolher uma canção para destacar quando o CD inteiro, apesar das diferentes sonoridades, soa igual: canções poderosas, com rimas fáceis e que grudam na cabeça - não é a toa que Sia é a compositora mais requisitada da atualidade, ao lado de alguns produtores que também compõem, como Max Martin e Ryan Tedder. Cada canção aqui faz o ouvinte querer escutá-la repetidamente. 

    As primeiras duas (e excelentes) canções do álbum foram rejeitadas por Adele: "Bird Set Free" é co-escrita e produzida por Greg Kurstin, do hit "Hello", e "Alive", o carro-chefe do álbum, foi escrita em parceria com a cantora britânica. Em seguida, a balada "One Million Bullets" emociona, fechando a parte mais séria do CD - essa última lembra as faixas que Sia compôs para Christina Aguilera, nos álbuns Bionic e Lotus, mais calma do que as composições que ganham as paradas. O CD ainda tem mais duas baladas: "Broken Glass" e "Space Between". 

    A partir da quarta faixa, This Is Acting vira uma festa: com pegada latina, "Move Your Body" sem dúvida é a que foi escrita (e rejeitada) por Shakira. Já "Unstoppable", a música mais poderosa do CD, lembra "Invincible", que Sia escreveu para Kelly Clarkson, e consegue reunir no refrão todas as palavras para empoderamento imagináveis e a metáfora mais legal, "sou um Porshe sem freios", para quem quer se sentir confiante. Seguem as duas composições rejeitadas por Rihanna e outras duas boas faixas: "House On Fire" e "Footprints". Pulga atrás da orelha: para quem seriam essas canções? 

    A maior surpresa do CD é talvez "Sweet Design", que parece escrita para alguma girl band. A música é ruim, um tanto caótica e destoa de todo o conjunto, mas evidencia mais uma qualidade de Sia: além de compor e cantar canções destinadas a algumas das melhores vozes da atualidade, ela também canta como se fosse várias ao mesmo tempo: isso é que é atuação! E a letra, bom, é engraçadinha: fala sobre o doce design do seu bumbum. 

    Nos EUA, o álbum foi lançado ainda com duas faixas bônus: a dançante "First Fighting a Sandstorm", divertida e poderosa canção, e "Summer Rain", que tem uma pegada mais rock. Difícil imaginar como uma música da qualidade de "First Fighting..." ou de "Unstoppable" foram rejeitadas pelos cantores mais graúdos - só o fato de Sia ainda ter 25 canções para mostrar para Rihanna, depois de fechada a tracklist de This Is Acting, explica. Uma pena que "First Fighting" não está presente na versão do álbum que chegará às lojas no Brasil.

    Após ouvir This Is Acting, algumas pessoas podem achar que tantas composições da Sia de uma vez cansam - e cansam mesmo, em uma primeira audição. Ora, todo álbum é uma pluralidade de compositores e produtores, e a Sia é aquela compositora que todo mundo hoje em dia escolhe uma canção para incluir em seu CD, na esperança de que vire um hit. A australiana tem o seu estilo, que todo mundo adora. Mas é fato: os cantores escolhem uma canção ou duas, e elas se destacam no conjunto. Um álbum todo... bom, pode parecer exagerado no começo. Mas assim que o ouvinte decorar as letras, com certeza, ficará uma delícia de se ouvir. E, para isso, nem será necessário ouvir milhões de vezes - como é muito tentador de se fazer.

    | Gabriel Fabri

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    sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

    Rihanna - ANTi



    Uma das cantoras mais influentes da atualidade, Rihanna lançou gratuitamente o seu novo álbum ANTi após uma longa novela. Acostumada a lançar um álbum novo por ano (período de 2009 a 2012), e por eles colecionar hit atrás de hit, a cantora de Barbados lançou seu novo CD após um hiato de mais de três anos - e um ano após lançar a sua parceria com Kanye West e Paul McCartney, "FourFiveSeconds", que atiçou as curiosidades para o novo álbum.



    Sem incluir nenhuma das canções lançadas ano passado ("Bitch Betta Have My Money" e "American Oxygen" completam a lista), ANTi chegou na internet mais de três meses após o seu anúncio oficial, em outubro. Apesar dos singles não fazerem parte da tracklist, eles foram uma boa prévia do que estava por vir em ANTi: um álbum menos pop, com mais hip hop e reggae.

    O resultado perfeito dessa combinação, que já foi explorada anteriormente por Rihanna em "Man Down", por exemplo, é a faixa que abre o álbum, "Consideration". Com letra feminista e participação da cantora SZA, a canção é deliciosa de ouvir. 

    Essa é a primeira vez que Rihanna não lança um novo CD com uma estrondosa canção pop como single desde Rated R, em 2009, quando ela lançou a obscura "Russian Roulette". E, apesar do sucesso de "Work" na sua semana de lançamento, a parceria com o rapper Drake está longe de ser uma joia como "We Found Love" ou "Diamonds". Entretanto, é uma das melhores músicas do CD, seguindo a mesma pegada de "Consideration". É o ponto alto do novo trabalho.  

    Outros destaques do CD são "Kiss It Better" e "Love On The Brain". A primeira é a única faixa pop do álbum e melhora a cada audição - tem um refrão sexy (em contraste com as outras estrofes, mais fortes) e uma presença suave de guitarra, que dá um charme a mais para a música. Já a outra é uma canção que lembra as divas do jazz, aproximando Rihanna do estilo da Lana Del Rey. Bela e melancólica, é uma balada bem diferente das que a cantora está acostumada a fazer. Muito provavelmente, uma dessas duas canções serão as escolhidas para o próximo single do álbum. São as que têm potencial.

    O resto do álbum, entretanto, não tem brilho. São três interludes desnecessários, um cover sonolento (a canção "Same Ol' Mistakes" é uma regravação de "New Person, Same Old Mistakes" da banda australiana Tame Impala) e uma série de canções esquecíveis. Das músicas restantes, só se salva a deliciosa "Never Ending", balada com pegada meio indie.

    ANTi é o álbum mais experimental de Rihanna e é louvável que a cantora queira se arriscar mais do que o normal - abrindo mão de canções escritas por Sia e Charlie XCX, produzidas por Ne-Yo, Kanye West ou Calvin Harris, por exemplo. Talvez ela conquiste até novos fãs com o novo trabalho, entretanto, Rihanna ficou underground demais nesse CD. Aconteceu o que se temia: as músicas mais legais de ANTi estão em This Is Acting, da Sia ("Cheap Thrlls" e "Reaper"). É, era melhor ter continuado com as parcerias que davam certo.  

    | Gabriel Fabri

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    sábado, 21 de novembro de 2015

    Adele - 25



    A essa altura, o leitor provavelmente já sabe que a cantora britânica Adele é dona de um dos mais estrondosos sucessos musicais do século XXI, o álbum 21, lançado em 2011. E que o seu sucessor vem sendo esperado desde então com muita expectativa, entretanto, com poucas pistas para alimentá-la. Adele, que já tem 27 anos, lança agora o seu terceiro álbum de estúdio, 25. Até um mês atrás, o novo trabalho da cantora permanecia um mistério. Após o impressionante sucesso de “Hello”, o primeiro single do disco e que ocupa pela terceira semana consecutiva a primeira posição no Hot 100 da Billboard, o álbum já desponta como o maior lançamento do ano – e com razão.




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    • Expectativa demais pode matar um lançamento – talvez, por isso, Adele tenha demorado tanto para lançar 25, cujo nome faz alusão à idade que ela tinha quando o gravou. Com músicas gravadas ou remixadas em diversos estúdios ao redor do mundo e um time de produtores e compositores de primeira linha, o álbum acerta em dois pontos: 21 falava sobre o fim de um relacionamento e era bastante emocionante, mas um tanto depressivo – era um álbum sobre a dor, a rejeição e sobre rompimentos. Agora, 25 não repete a temática, mas guarda a essência daquilo que a consagrou há quatro anos, a emoção. 25 é um trabalho diferente, em que a cantora se arrisca em novas sonoridades. E mesmo nas músicas mais tristes e mais parecidas com as do álbum anterior, há um quê de superação inegável, como mostra o primeiro single.

      O melhor do álbum, entretanto, são justamente as faixas que lembram o trabalho antecessor, que trazia canções emocionantes como “Someone Like You”, “One & Only” e a poderosa “Set Fire to The Rain”. Não à toa, foram as escolhidas para promover o lançamento de 25: “Hello” e “When We Were Young” são baladas de tocar o coração, como as de 21. A elas, se soma “Love In The Dark”, ponto alto do CD, que tem um poderoso refrão, uma das melodias no piano mais gostosas de se ouvir e ainda o reforço da FILMharmonic Orquestra, de Praga. As três formam o núcleo duro do CD, e que devem conquistar em cheio os corações partidos nos quais 21 ainda toca até hoje. 

      Entre as baladas, há ainda “Million Years Ago”, a mais melancólica do novo trabalho, gravada só no violão e que lembra um bolero. Bruno Mars assina a desesperadora (no bom sentido!) “All I Ask” e a bela “Remedy” é produzida por Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic e um dos produtores mais requisitados da atualidade (“Halo”, da Beyoncé, é um de seus sucessos, por exemplo, assim como “Turning Tables” e “Rumor Has It”, do CD anterior de Adele). São boas músicas, mas que não se destacam no conjunto. Mesmo assim, a frase “What if I Never Love Again?” (“E se eu nunca amar de novo?”), de “All I Ask”, vai ficar gravada como uma das mais marcantes do CD. 

      Mas, não se engane, 25 traz uma nova Adele, e isso fica claro já na segunda faixa do disco, “Send My Love (To My New Lover)”. Produzida pelos suecos Max Martin e Shellback, alguns dos produtores mais prestigiados entre os hitmakers da atualidade (“Shake It Off”, o carro chefe de 1989, de Taylor Swift, é deles, assim como “Bad Blood” e "Blank Space", outros hits), a canção é diferente de tudo o que Adele já fez – é divertida, e até um pouco dançante. Entretanto, também soa como um estranho no ninho do pop atual. Nas primeiras audições, pode parecer a faixa menos radiofônica do CD, mas ela é daquelas canções que crescem. Afinal, a letra é bastante chiclete, o que é uma especialidade de Martin.

      Entre as faixas que mostram essa Adele mais pop, o destaque é “I Miss You”. Parece a união perfeita entre a jovem com o coração partido de 21 e a mulher que superou essa fase de sofrimento apresentada em 25. Com uma letra sexy e batidas ainda mais sensuais, e um refrão poderoso, é a grande surpresa do disco. Imagine uma canção de Adele para tocar muito nas baladas, ao lado de Tove Lo, Ellie Goulding ou Calvin Harris. É essa! A produção, entretanto, é de um velho conhecido de Adele: Paul Epworth, responsável pelos sucessos “Rolling In The Deep” e “Skyfall” e também por outra canção do CD, “Sweetest Devotion”, que lembra um pouco o country norte-americano. Ou seja, Epworth trabalha com Adele no sentido de sair do conforto e não repetir o que já fizeram juntos, com muito êxito.

      As divertidas “River Lea” e “Water Under The Bridge” são as mais pop de 25, CD que mostra uma Adele mais próxima das cantoras jovens da atualidade, o que não é um problema. Prova que a artista não está disposta a ficar estigmatizada como a mulher das desilusões amorosas e das letras tristes (até porque já temos uma grande cantora fazendo coisas incríveis nessa ceara, Lana Del Rey, que lançou a pouco tempo o melancólico e sexy Honeymoon). Um fato: o público vai estranhar 25 em uma primeira audição, e vai selecionar aquelas que lembram o sofrimento e a delicadeza de “Someone Like You” – justo, pois algumas delas são as melhores canções do álbum, ao lado de “I Miss You”. Mas há muito potencial nas outras, o que torna 25 um álbum diferente do que todos esperavam, mas que ao mesmo tempo, atende a expectativa de qualidade da artista.   

      | Gabriel Fabri

      Adele - 25
      Singles: Hello, When We Were Young
      Melhores músicas: I Miss You, Love You In The Dark  e When We Were Young
      Vale a pena ouvir: Send My Love (To My New Lover)

      Ah, e procure na internet as faixas bônus da loja Target! "Why Do You Love Me" é imperdível :)


      segunda-feira, 21 de julho de 2014

      O Samba


      Por Avana Salles


      O Samba”. O nome do filme, por si só, já é auto-explicativo, mas seu diferencial está no olhar do diretor sobre o assunto, o francês Georges Gachot. Elemento tão presente na nossa cultura popular, esse estilo musical ganha nova percepção sob olhar estrangeiro. Gachot consegue transformar um tema já saturado em algo novo, produzindo um documentário alegre e rico em história.


      E talvez seja essa a essência do filme, o posicionamento do estrangeiro sobre algo genuinamente brasileiro, uma óptica além do corriqueiro. A visão de quem está de fora, de quem não está acostumado com as situações e, por isso mesmo, consegue converter em novidade o que já está fielmente inserido na nossa brasilidade. 

      Para nortear o enredo, Martinho da Vila guia o espectador pelas vielas, bares e ensaios de bateria na Vila Isabel - tradicional bairro da zona norte carioca, conhecido por ser um dos berços do samba no Brasil. Ao destacar a comunidade, o diretor mostra que o samba, além de um gênero musical, também é um estilo de vida e faz parte do dia a dia de seus moradores. 

      Nesse aspecto, Gachot transparece um posicionamento mais sensível, o diretor valoriza mais o envolvimento das pessoas com a escola do que o próprio carnaval. Cenas do desfile e a desenvoltura da Vila na avenida são descartadas, dando espaço para os personagens da comunidade que ganham voz para falar e demonstrar sua integração com a escola. As cenas iniciais fazem jus ao trecho da melodia Renascer das Cinzas, de Martinho da Vila, “mostrando pro povo que o berço do samba é em Vila Isabel”.

      O que também chama a atenção no documentário é a preocupação da produção em não cair em um denominador comum. Além de demonstrar as origens do samba, a obra preocupa-se também com mais dois fatores igualmente importantes: as transformações históricas e culturais do estilo musical e a análise da fonte de inspirações para letras, enredos e melodias.

      Para exemplificar as mudanças sociais, nas quais demonstram a aceitação do gênero, tradicionalmente popular, para as classes mais altas – o diretor escolhe cenas de consertos de Martinho pelo Brasil, acompanhado de orquestras. Além da passagem do compositor por Paris, onde o músico grava uma canção em conjunto com uma cantora francesa. Para complementar a análise desse processo sócio-cultural, o documentário conta com depoimentos de personalidades como Nana Mouskouri, Mart’nália, Ney Matogrosso, Leci Brandão, Zeca Baleiro e Beth Carvalho.

      Uma belíssima sintonia de fotografia com trilha sonora. Impossível não batucar os pés no chão, involuntariamente, por alguns instantes.

      sábado, 14 de junho de 2014

      Lana Del Rey - Ultraviolence


      Por Gabriel Fabri

      Após estourar no mundo todo com "Born To Die", um primeiro álbum repleto de hinos como a faixa título ou "Video Games" e "Summertime Sadness", Lana Del Rey firmou uma imagem que mistura elegância e sensualidade de maneira que destoa bastante do resto da indústria hoje. Com um som não só melancólico, mas nostálgico, Lana conquistou um lugar de destaque na música. A expectativa para o seu segundo álbum, "Ultraviolence", era, portanto, enorme. E o CD não fica aquém dela, pelo contrário.


      A primeira faixa, "Cruel World", é um verdadeiro deleite. A música, sobre um fim de um relacionamento, provoca as emoções que amamos nas músicas da Lana: nos faz querer gritar e chorar, mas mesmo assim, é uma delícia de ouvir. Loucura, amor, bebida, religião, drogas e violência são imagens que recorrentemente vemos em suas músicas. Todas estão presentes nessa faixa e são temas que reaparecem bastante ao longo do álbum. Mas essa é, talvez, a canção mais impactante do novo compacto.

      Logo em seguida, a faixa título do CD é mais uma grande catarse. "Ultraviolence" (qualquer semelhança com "Laranja Mecânica" não é coincidência) explora a aproximação e os limites entre o amor e a violência, dor e desejo. O soco que foi como um beijo e a confusão entre os barulhos de violinos e de sirenes são imagens marcantes nessa canção, que tem o refrão mais chiclete do álbum. Mais um hino para a coleção da cantora. 

      O segundo single do álbum "Shades of Cool", é uma bela e melancólica balada, e mantém as características já citadas das outras músicas: por mais triste que seja, não tem como não gostar da maneira como a canção consegue impactar no ouvinte. A balada fala sobre um homem não idealizado, que vive em tons tristes e frios. O clipe de divulgação deve ser lançado em breve.

      E a música mais bela do CD vem em seguida: trata-se de "Brooklyn Baby". O ritmo contagiante é o ideal para dançar juntinho, pois a melancolia da música dá uma sensação de conforto rara. Isso tudo com um refrão bem interessante: "o meu namorado é bem legal, mas não tanto quanto eu". Lana, a gente quer o clipe para ontem! Vale ressaltar outra balada, faixa da versão deluxe do disco, que também é bastante emocionante: "Black Beauty".

      Outros destaques do álbum ficam por conta de "Sad Girl", uma revigorante afirmação da tristeza de uma garota má, louca, que está em chamas, mas triste por causa de um homem; a poderosa "Money Power Glory", mais um hino emocionante, dessa vez sobre religião e dinheiro; "Old Money", cujos violinos lembram "Ride", o primeiro single do EP "Paradise", e "Young And Beautiful", trilha do filme "O Grande Gatsby"; e, encerrando o álbum, a hipnotizante "The Other Woman", cover de uma canção de Nina Simone.

      Se tivermos que definir uma palavra para "Ultraviolence", seria, com certeza, "melancolia". Esse é o sentimento que percorre todo o álbum, do início ao fim. Só duas músicas fogem dela, o primeiro single "West Coast", uma vigorosa declaração de amor, e também "Fucked My Way Up To The Top", que é bastante animada, apesar do nome. Mesmo assim, há também uma sensação um tanto contraditória nesse processo de escutar o álbum. A tristeza e a depressão nunca foram tão gostosas de abraçar. É como a ultraviolence da faixa-título, um soco que foi como um beijo. Ou até melhor. Faz a gente levitar. 

      quarta-feira, 30 de abril de 2014

      Avril Lavigne - O show em São Paulo




      Por Gabriel Fabri

      O rosto de Marilyn Manson projetado, por tempo demais, no telão. Uma bateria e guitarras pesadas, que envocavam a canção "The Beautiful People", uma das mais conhecidas do cantor que pouco tem a ver com a roqueira de "Girlfriend" e "Sk8ter Boy". E assim, Avril Lavigne escolheu a pior canção para abrir um show - a mais deslocada de todo o setlist e de seu novo álbum, autointítulado como "Avril Lavigne" - , na sua primeira apresentação na América do Sul. A turnê, que também leva o nome da cantora canadense, começou a nova etapa na noite do dia 29, após passar pela Ásia e pela América do Norte.


      O estranhamento acabou na primeira canção do setlist e não voltou mais. Logo em seguida, Avril embalou uma sequência de quatro das mais animadas músicas de sua carreira - todas recentes. O público cantou em coro "Here's To Never Growing Up", o primeiro single de "Avril Lavigne", e continuou em extase com a dobradinha do álbum "Goodbye Lullaby": "What The Hell" e "Smile", respectivamente. Para fechar com chave de ouro, a canção "Rock N Roll", que foi acompanhada de imagens de astros do rock e também do novo clipe, um dos melhores de sua carreira. Relembre:



      O público pôde tomar um ar logo em seguida, quando Avril cantou, como já é de praxe, a canção "I Always Get What I Want". Em seguida, estreou "Give You What You Like", do último álbum. Depois disso, nem sinal de ótimas músicas do novo CD, como "Hush Hush" ou "Let Me Go": seguiu-se uma esmagadora sequência de velhos sucessos.



      O momento "greatest hits" do show começou com a emocionante "When You're Gone", sem dúvidas um dos pontos altos da noite. As oito canções seguintes (isso mesmo, oito!) foram um verdadeiro e nostálgico retorno aos dois primeiros álbuns de Avril, "Let's Go" e "Under My Skin". Além da agradável surpresa que foi "Things I'll Never Say", a canadense não deu trégua para o público, que não parou de cantar um segundo por causa de músicas como "Complicated", "Dont Tell Me" e "I'm With You", entre outras. O encerramento do show foi com "Sk8ter Boy", o primeiro sucesso da carreira. 


      Após o setlist alucinante, sobrou a expectativa para o bis, que tornou o show muito mais pink: o dubstep insano de "Hello Kitty", canção que gerou um clipe de qualidade duvidosa na semana anterior, e o hit "Girlfriend" encerraram a noite com alto astral. E Avril mostrou que ainda é muito "rock n roll" - no sentido daquele pop que a gente adora!


      Saiba como foi o show da cantora Demi Lovato em São Paulo

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      Fotos: Time 4 Fun / Marcelo Rossi

      sexta-feira, 25 de abril de 2014

      Demi Lovato - Neon Lights Tour




      Por Gabriel Fabri

      A cantora norte-americana Demi Lovato se apresentou na noite de quinta feira, 24 de abril, em São Paulo. O show, o segundo de uma série de concertos no Brasil, teve um setlist enxuto que empolgou os fãs com sucessos e músicas do seu mais recente álbum, "Demi", por pouco mais de uma hora.

      "Heart Attack", o primeiro single de seu quarto álbum de estúdio, abriu a apresentação, desencadeando a maior sequência de músicas agitadas do show: as antigas "Remember December" e "The Middle" e as novas "Fire Starter" e "Really Don't Care". Essa última, que deve ser a próxima música de trabalho, encerrou com chave de ouro esse comecinho verdadeiramente empolgante do show.



      Demi deixou e os fãs cantaram sozinhos todo o começo da música "Catch Me", que abriu uma sequência de músicas lentas no show. "Nightingale" e "Two Pieces" foram pontos altos, revelando o talento de Demi para baladas. Em seguida, Demi discursou para os seus fãs, e falou sobre o seu histórico de bulimia e automutilação. Foi evacionada pela plateia (coisa que aconteceu muito durante e antes do show) e embalou "Warrior", uma bela canção sobre superação, e "Let It Go", trilha sonora do filme "Frozen". Foi um momento triunfante da apresentação.

      Em meio a essa seleção de músicas mais lentas, Demi embalou uma versão no violão de "Here We Go Again" e empolgou o público com "Made In The USA" - no final, ela cantou "Made In São Paulo". A canção foi um daqueles momentos únicos em que, quando acaba a música, você pensa "canta de novo, Demi".
      Após exibir um vídeo com cenas de sua carreira, Demi transformou o Credicard Hall numa balada, e encerrou a apresentação com a dobradinha "Unbroken" e "Neon Lights". Voltou para um bis com as suas duas músicas mais conhecidas e (talvez) as mais adoradas: "Skyscraper" e "Give Your Heart a Break", singles do álbum anterior.

      O show da Neon Lights Tour passou voando para os fãs e a sensação de "quero mais" foi inevitável. O que demonstra também o sucesso da cantora, que se mostrou excelente ao vivo. Simpática e, o principal: cá entre nós, ela canta muito.


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      As fotos são do site demilovato.com.br

      sexta-feira, 4 de abril de 2014

      Lea Michele - Louder


      Por Gabriel Fabri

      A atriz Leighton Meester, famosa por interpretar a personagem Blair no seriado norte-americano Gossip Girl, sabe que migrar da TV para a indústria fonográfica não é uma tarefa fácil. Ela, que chegou a trabalhar em um CD, desistiu de sua carreira musical após ter lançado, sem muito sucesso, um dueto com Robin Thicke, hoje famoso pela canção Blurred Lines. Esse não parece ser o destino de Lea Michele. Estrela do seriado Glee, já dividiu com os seus colegas do elenco o topo da Billboard 200 três vezes, com coletâneas de covers apresentados na série. Agora, ela lança o álbum solo Louder, obra de um delicioso alto astral.

      O carro chefe é a vigorosa Cannonball, cuja letra anuncia um novo começo na vida da atriz e é perfeita para iniciar essa nova fase na carreira. É também uma bela canção, que composta com a ajuda de Sia Furler, talvez a mais promissora e requisitada compositora da atualidade. Sia também trabalhou em outras três canções do álbum. São baladas que, sem dúvidas, formam o ponto alto do CD, sendo emocionantes, cada uma a sua maneira: Battlefield, You're Mine e If You Say So, que encerra a obra.

      Essa última é escrita em homenagem póstuma a Cory Monteith, namorado de Lea que atuou ao seu lado em Glee e que faleceu em 2013. Sobre a faixa, a cantora afirmou, em entrevista ao Hollywood Reporter, que ouvi-la é difícil, apesar de terapêutico. "Ela sempre representará a coisa mais devastadora que já aconteceu na minha vida inteira", explicou. A tristeza do luto não deixa o álbum encerrar de maneira tétrica - If You Say So também tem um quê de revigorante, como uma catarse. Essa é a única, além de Cue The Rain, em que Lea também assina a composição.

      Louder também inclui outras boas canções de amor, como Burn To You e Empty Handed. Essa última tem a letra co-escrita pela Christina Perri, e lembra bastante o estilo da cantora de A Thousand Years, que também lançou um álbum agora em março, Head or Heart

      Todavia, Lea Michele também acerta nas músicas dançantes: On My Way, Don't Let Go e a que dá o nome ao álbum. Estas são as mais agradáveis de se escutar e devem conquistar todos que ouvirem o CD. Não se surpreendam se uma dessas canções for escolhida como o single. Muito provavelmente será On My Way, a mais radiofônica (e viciante) de todas.

      Louder é um bom álbum pop, divertido e inspirador. O som é bastante adolescente e lembra as cantoras Demi Lovato e Katy Perry, podendo atingir em cheio esse público. Não abraça influências do hip hop e da música eletrônica, o que pode ser um grande alívio para os fãs da música pop e, talvez, garanta um bom diferencial entre os lançamentos de 2014. Mas, por enquanto, é apenas (mais) um álbum bem afinado com a indústria. E a gente adora isso!

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      sábado, 1 de fevereiro de 2014

      Ana Carolina - Turnê #AC


      Por Gabriel Fabri

      Na noite da última sexta-feira, dia 31, a cantora Ana Carolina estreou sua nova turnê, em São Paulo. Após um atraso de 50 minutos, Ana esbanjou simpatia e talento ao reunir antigos sucessos de sua carreira e as pegajosas e viciantes canções de seu novo álbum, #AC, lançado em meandros do ano passado. Essa foi a primeira apresentação da artista na cidade desde o lançamento do DVD Ensaio de Cores, em 2012.

      O mais recente trabalho da cantora apresentou uma sonoridade muito mais pop, em comparação com os discos anteriores. Essa nova Ana abre o show tocando guitarra e pronta para agitar as pistas com Pole Dance, acompanhada de sexy projeções de dançarinas, no enorme telão que coloriu o concerto durante uma hora e meia de show. A letra revela a ousadia já característica de Ana, que descreve uma mulher trabalhadora, sensual e "muito mais do que bilíngue". Na sequência, ela embalou outra grande canção do #AC, Bang Bang 2, prometendo dançar e derreter nessa noite.

      O público, comportado em suas cadeiras, não demorou muito para derreter com o calor que vinha do palco: após entregar um medley com a ótima Esperta, outra do novo álbum, e as canções Você Não Sabe e Cantinho, Ana seguiu com um cover em inglês de Fire, de Pointer Sisters, para atiçar a curiosidade do clímax: Libido, o novo single, foi cantada em frente às imagens do clipe lançado essa semana, em que a cantora promoveu uma comportada orgia com homens e mulheres, de baixo de purpurina. Para encerrar o momento mais ousado do show, Eu Comi a Madona foi no embalo, com um breve "like a virgin" no fim.


      Seguiu-se uma seleção de grandes sucessos da cantora, começando pelo medley de Nua, Pra Rua Me Levar e Uma Louca Tempestade, que colocou todo o público para cantar junto. A empolgação continuou com Combustível, primeira música de trabalho do álbum e tema da novela "Amor à Vida".

      A poderosa 10 Minutos, única canção no setlist do disco antecessor N9ve, mostrou Ana em sua melhor forma, com voz potente e envolvente. O show seguiu com Mais Forte, a letra mais chiclete e, talvez, a melhor canção de #AC. Depois, placas desceram do teto, aonde foram projetadas imagens de Ana cantando por três ângulos diferentes, enquanto ela embalava um surpreendente cover de Coração Selvagem, de Belchior, e os sucessos Problemas e Quem de Nós Dois.


      Depois das músicas mais pop e das românticas, Ana muda o tom e convida o público para sambar. Uma apresentação animada de pandeiro antecede Resposta da Rita, canção gravada com Chico Buarque e que se constitui numa releitura e homenagem de sua A Rita, lançada em 1966. O samba segue com a divertida Pelo Iphone, não sem antes uma surpresa: Ana canta Piriguete, funk do MC Papo, embalado em "você não vale nada mas eu gosto de você". O público se divertiu e a versão ficou ótima.



      Ana encerrou o show com uma eficiente seleção de sucessos agitados: Ela é Bamba, Elevador (Livro do Esquecimento) - melhor momento da apresentação - e Garganta. Voltou para um bis cantando Vinicius de Moraes, Eu Sei Que Vou Te Amar (essa versão será tema da abertura da próxima novela das 21h, na Globo, "Em Família"), e embalou É Isso Ai, canção que gravou com Seu Jorge. Em certo momento, foi literalmente derrubada por algumas fãs que pularam no palco, o que gerou certa preocupação em quem estava na plateia. Mas tudo ocorreu bem e, no final, a cantora foi bastante ovacionada. Ana Carolina não disfarçou a lágrima que escorreu de seus olhos com a recepção calorosa de sua nova e divertida turnê.

      Leia a cobertura do show Ensaio de Cores, publicada no site da Cásper Líbero, em 2012: clique aqui.

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      As fotos foram copiadas do facebook oficial de Ana Carolina e estão creditadas a Francisco Cepeda/Agnews.

      quarta-feira, 2 de outubro de 2013

      Miley Cyrus - Bangerz



      Por Gabriel Fabri

      O último álbum de Miley Cyrus, Can't Be Tamed, apresentava o começo de uma reviravolta na carreira da ex-Disney. Após o sucesso estrondoso do seriado Hannah Montana e grandes hits como Party In The USA e The Climb, a cantora mandou um recado em alto e bom som: "eu não posso ser amarrada". Liberty Walk, a faixa que abre o seu segundo CD,  aconselhava dizer "adeus para as pessoas que amarraram você". A fase rendeu dois clipes e uma turnê nanica, que passou pelo Brasil (e não pelos EUA), mas simbolizou algo muito maior: o tal adeus à imagem de garotinha comportada. Com seu terceiro álbum de estúdio, Bangerz, Miley volta à ativa, com nova gravadora, novo visual e um som diferente, mas que não perdeu a essência pop.

      Em Bangerz, Miley não tem, aparentemente, mais nada que a impeça de cantar o que vêm a sua cabeça. O carro chefe We Can't Stop leva a Miley festeira de outrora a um novo patamar. Ela canta sobre cocaína, sobre rebolar como num clube de striptease e sobre fazer o que quiser - e já manda um recado contra o recalque: esqueça quem te odeia e lembre-se que só Deus pode julgá-lo. Cyrus, enterrando de vez a lembrança da sua personagem da Disney, realizou ao lado de Robin Thicke a performance do VMA mais polêmica dos últimos tempos. O sucesso da música e do segundo single, Wrecking Ball (lançado no mesmo fim de semana da apresentação), mostram que a mudança de Miley foi, finalmente, aprovada, mesmo que em meio a muita polêmica.

      Todavia, contrariando quem esperava a mulher festeira logo de cara, a primeira faixa de Bangerz é uma deliciosa balada. I Adore You é uma canção de amor bem simples, mas muito bela. Miley afirma que começou a viver só agora e mostra uma faceta mais frágil diante da poderosa do primeiro single que, por sinal, já é a faixa seguinte.

      Um parenteses na análise de Bangerz. A segunda faixa de trabalho do novo álbum da veterana Cher, que estava há 12 anos sem um novo lançamento, é justamente uma regravação de uma balada de Cyrus - a pouco conhecida I Hope You Find It, que integra a trilha do filme A Última Música. A voz potente de Miley é, inegável, perfeita para baladas. Entre os sucessos de Miley, está When I Look At You e The Climb, só para citar algumas. Quando Miley veio para São Paulo, a plateia gritava enlouquecida para que ela cantasse Stay, uma preciosidade do álbum Can't Be Tamed

      Essa digressão sinaliza que ótimas baladas vindas de Miley não são novidades. São, inclusive, o ponto forte de Can't Be Tamed. Em Bangerz, elas não são postas de lado. Pelo contrário: Wrecking Ball é disparada a melhor música do álbum. A força da voz de Miley e da letra dão a impressão de que a faixa tem um poder destruidor sob o ouvinte. Aquele som que deixa triste a pessoa mais alegre, mas dá forças para extravasar o que é guardado dentro de todos. É a destruição de barreiras internas. Miley demole todas as suas com essa música e tem o momento mais vulnerável de sua carreira nessa canção. Por meio da destruição, o renascimento. Por essa metáfora, Miley transcende sua personagem Disney para consolidar a sua nova imagem.

      E que nova imagem é essa? Uma leitura superficial apontaria para uma rebelde que só quer causar. É apenas uma faceta, bastante evidente no novo trabalho. Em 4x4, parceria com o rapper Nelly que lembra a divertida Hoedown Throwndown (canção country do filme Hannah Montana), ela já afirma ser exatamente isso, uma rebelde. No dueto um tanto monótono com Britney Spears, SMS (Bangerz), e na canção Love Money Party (com Big Sean), ostentação (até certo ponto, já que a segunda critica exatamente isso) e atitude definem a nova Miley. Essas duas músicas são divertidas e apontam uma sonoridade completamente nova para a cantora, mas são os pontos fracos: momentos que devem passar batidos na audição.

      Os destaques do álbum são mais interessantes do que isso. #GETITRIGHT tem uma sonoridade ímpar (a música flerta com o reggae) dentro do disco e uma letra contagiante e até que bem comportada (apenas com relação à linguagem), para uma canção que fala abertamente sobre sexo, desejo e o corpo feminino. É para cantar com os amigos à beira do mar, como no clipe de We Can't Stop, e se a gravadora for experta, deverá lançá-la muito em breve. Soa natural e original. My Darling, parceria com o rapper Future (está também no último álbum da Rihanna), parece uma versão moderna e urbana do clássico de Ben E. King, Stand By Me, e traz um dueto hipnotizante. Para encerrar o álbum, Someone Else, uma canção bem eletrônica cuja sonoridade lembra Who Owns My Heart, o segundo single de Can't Be Tamed, e que sintetiza o espírito do álbum: Miley virou outra pessoa. De resto, vale a pena ressaltar FU e Do My Thang. Ótimas canções, radiofônicas e grudentas, também totalmente alinhadas com a imagem da Miley emancipada e poderosa.

      Bangerz é um excelente álbum e um divisor de águas na carreira de Miley Cyrus. A cantora está antenada aos hits do momento - com o pop flertando com o R&B, o hip hop e a música eletrônica -, e o novo CD é um prato cheio deles. O caminho traçado por Miley até agora é de cartas marcadas (Britney e Aguilera, só para citar as mais conhecidas, também passaram por processo semelhante, usando as mesmas fórmulas de agora), mas esse é o primeiro passo para ela firmar-se com relevância no mundo pop. E a receita de bolo, infalível, é seguir na cola de quem mais faz sucesso hoje em dia: Rihanna. A diferença é que Bangerz é um pouco mais pop e um tanto mais divertido que os últimos dois álbuns da cantora de Barbados.