Mostrando postagens com marcador Eventos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Eventos. Mostrar todas as postagens

domingo, 18 de março de 2012

Quero ser Marilyn Monroe

 
        O que Marilyn Monroe significa para você? Poder, sedução, inocência, fama, sucesso, glória, carência, solidão, amor? Hollywood não teve um ícone tão grande como Monroe, durante esses 50 anos da sua morte, que se completam dia 5 de agosto de 2012, num ano em que não se comemora meio século de sua morte e sim todo esse tempo em que sua imagem permanece intocável. Marilyn é imortal. E a exposição Quero Ser Marilyn Monroe! na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, parte do pressuposto de que todo mundo enxerga algo em Monroe que quer pra si.
        A exposição, organizada na Alemanha, começou em 2002 na Inglaterra. De lá, rodou a Europa e iniciou turnê mundial, chegando ao Brasil no início desse mês de março até o dia 1º de abril. Foi coincidência o evento chegar a São Paulo justo nesse ano simbólico - fato que foi aproveitado por muitas tentativas comerciais em torno do poderoso sex symbol: desde relançamento de dvds, até a estreia do filme Sete Dias Com Marilyn e da série americana Smash (sobre a tentativa de fazer Marilyn: o Musical), no Universal Channel. O acervo em exposição foi cuidadosamente selecionado pela cinemateca, que tomou a iniciativa de realizar, junto com a mostra, exibições de longas da diva, desde A Malvada (1950) até um documentário sobre sua morte. Entretanto, apenas o clássico Quanto Mais Quente Melhor (1958) é exibido em película.
        São ao todo 125 objetos, a maioria fotografias, que tentam capturar o espírito da multifacetada Marilyn Monroe: o poderoso ícone e a menina carente e solitária por trás dele, Norma Jeane (1926 - 1962). Ir à exposição não é tão esclarecedor quanto ler uma biografia sobre ela, mas é uma experiência visual interessante e muito rica, se bem aproveitada. O melhor exposto não são os filmes ou as obras ou as fotos: um mural com frases ditas por Monroe se torna o objeto mais interessante da mostra.
        Em suma, Marilyn Monroe continua viva - sua morte, há cinquenta anos, a tornou imortal. A mostra na cinemateca é uma reunião de fragmentos que tentam abranger o máximo possível do símbolo hollywoodiano que é admirado e fonte de inspiração até hoje. Vale a pena conferir, sem excluir um filminho do programa, é claro. 
        O circuito cultural da diva também inclui um drink especial, servido em alguns prestigiados restaurantes de São Paulo, mas que você também pode fazer misturando numa taça de champanhe: uma cereja, 30 ml de apple brandy, uma pitada de grenadine e 120ml de Chandon Brut Rosé. Será que assim nos sentiremos um pouco Marilyn? De qualquer forma, é tempo de celebrar Monroe. Na verdade, sempre é.



        Acesse www.cinemateca.com.br para conferir a programação.
       

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mostra Hitchcock

Talvez seja egoísmo falar sobre a Mostra Hitchcock agora que ela terminou no Cinesesc, mas preferi mergulhar fundo nela e fazer um texto contando sobre os filmes que eu vi nas quatro noites que participei, somado com outros filmes em dvd, do que apenas um texto convidando-os em cima da hora para correr com os ingressos que, em sua maioria, se esgotaram rapidamente.
           
Em cartaz até o dia 24/07 no Centro Cultural Banco do Brasil e com uma "saidera" especial no Cinesesc no próximo sábado, a mostra exibiu todos os mais de 50 filmes do diretor, somado com episódios da série de tv 'Hitchcock Apresenta' e a venda e confecção de um livrinho super legal com análises da carreira do mestre do suspense (este livro está disponível online no site da mostra).

Após 10 filmes vistos (e uma refilmagem recente de um deles) e várias páginas lidas, cheguei a conclusão que todo mundo que já viu alguns filmes do diretor também deve ter chegado: Hitchcock é um gênio do cinema, um mito, e com razão. Seus filmes são claramente 'filmes-pipoca', para agradar e entreter o grande público (para o mestre, um filme tem que fazer sucesso para ser considerado bom, pensamento idêntico ao usado para avaliar a música pop), sendo que o diretor não perde o ritmo de seus filmes. Se para a época os filmes foram importantes e inovadores, hoje eles ainda cativam e surpreendem com as reviravoltas e a capacidade do diretor de manter o espectador envolvido na tela.

Muita coisa chama a atenção nas obras do inglês Alfred Hitchcock. A atmosfera de mistério misturada com o humor negro afiado, o maniqueísmo difuso dos personagens (o vilão não é tão mal e os mocinhos não tão perfeitos como nos filmes da época), a antecipação das cenas mais tensas para aumentar o clima de tensão, os assassinatos filmados como se fossem cenas de amor e as cenas de amor filmadas como se fossem assassinatos, os diferentes e perfeitos enquadramentos, as 35 participações especiais do diretor em seus filmes (é como brincar de 'Onde está Wally?'), as reviravoltas nas tramas, a trilha sonora marcante ou as ousadas experiências (como filmar 'Festim Diabólico' praticamente sem cortes, filmar 'Psicose' em preto-e-branco anos depois do cinema ganhar cor ou o 3d dos anos 50 em 'Disque M Para Matar'), entre muitas outras. Criou o conceito do MacGuffin, presente em vários de seus filmes, sendo este apenas um pretexto sem importância para história avançar (o preferido de Hitchcock, considerado por ele o melhor está em 'Pacto Sinistro', um de seus muitos filmes em preto-e-branco).

Como os filmes foram exibidos fora de ordem, assisti os filmes mais recentes e mais antigos misturados. O primeiro foi 'A Sombra de Uma Dúvida' (1943), o favorito de Hitchcock. Filmado já na sua fase americana, o filme ainda cativa, mesmo quase 70 anos depois de produzido, e despertou vontade de assistir toda a obra do mestre. 'Trama Macabra' (1976), o último filme de sua carreira, é super divertido e envolvente e, apesar de ter recebido críticas negativas, mostra que a fase ruim de Hitchcock não é tão ruim assim. Seguiu-se a segunda versão de 'O Homem Que Sabia Demais' (1956), um dos filmes que eu mais gostei até aqui. O filme 'Frenesi'(1972, o penúltimo) e o filme 'Chantagem e Confissão' (1929), o primeiro filme inglês com áudio, em sua versão muda, mas com o interessante acompanhamento de um tal DJ Nepal, ao vivo, fazendo o filme parecer um longo video clipe (o contraste entre a música eletronica e o filme velhíssimo foi bem interessante de acompanhar).No último dia da amostra, o filme 'Correspondente Estrangeiro'(1940) e o importantísmo 'Intriga Internacional'(1959), um dos filmes sempre presentes nas listas de 'Melhores Filmes de Todos os Tempos', como na do American Film Institute, por exemplo. Paralelamente, vi o filme 'Disque M Para Matar' (1954) e a refilmagem de 1999 'Um Crime Perfeito' (com Michael Douglas e Gwyneth Patrow), adorando as duas, e os clássicos 'Pacto Sinistro' (1951) e 'Psicose', pertubador, aliás.
            
Muitos filmes foram vistos, mas ainda tem muitos pela frente. Tem ainda 'Janela Indiscreta' (1954) e 'Os Pássaros' (1963), duas das maiores realizações do diretor, na Saidera Hitchcock no dia 23. E também 'Um Corpo Que Cai', 'Festim Diabólico', 'Rebecca, a Mulher Inesquecível' e o ganhador do Oscar de Melhor Filme 'Quando Fala o Coração'. E a lista continua.

"O ÚNICO MODO DE ME LIVRAR DE MEUS MEDOS É FAZER FILMES SOBRE ELES'
Alfred Hitchcock.

Segue vinheta da Mostra, muito legal, com cenas dos principais filmes!


 

domingo, 29 de maio de 2011

90 Anos Em Folha

            Fugindo um pouco da proposta do blog de trazer comentários sobre cinema e música pop, esse post é sobre uma dica cultural muito interessante para todos. É a exposição '90 Anos em Folha - Imagens do Brasil Moderno', sobre os 90 anos de um dos jornais mais importantes do país, a Folha de São Paulo. A exposição, que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS) reúne os principais acontecimentos que fizeram história durante todos esses anos em que o jornal esteve em circulação.
             Num ambiente super agradável, os principais fatos históricos são postos numa linha do tempo que está exposta por quase todo o 1o andar do museu. Com textos e fotos, mergulhamos numa viagem pelo passado, que deve enriquecer o conhecimento de todos os jovens que irão a exposição e relembrar os mais adultos dos fatos vividos no Brasil e no mundo desde 1922. Estão presentes fotografias e notas sobre os mais diversos fatos, a maioria envolvendo política (como já era de se esperar), mas sem menosprezar questões sociais, culturais e econômicas que marcaram as capas do jornal. Além do mais, as 90 capas mais importantes também estão expostas e impressas em qualidade altíssima, possibilitando mais detalhes sobre os fatos históricos e também uma interessante experiência ao observar as mudanças que ocorreram com o periódico durante todo os 90 anos. Destaque para a capa com a manchete 'Causam viva apreensão nos EUA os DISCOS VOADORES', quando Washington ficou em estado de alerta por causa de possíveis seres extraterrestres, na edição de 30 de Julho de 1952, mesma que retrata, com menor destaque, o enterro de Eva Perón, importante figura da história argentina.
             Logo na entrada, a história do jornal é contada: A 1a edição da então chamada 'Folha da Noite', criada para ser um jornal das novas camadas urbanas, era impressa ás vésperas de uma eleição em 1921. Alguns anos depois, surgiram a 'Folha da Manhã' e a 'Folha da Tarde', que depois de um tempo se tornaram um único jornal. Outra coisa muito interessante da exposição é um painel com todas as etapas da produção de uma notícia até o fechamento da edição, e, sinceramente, dá vontade de levar a parede para casa.
            Mas o que parece ser mais legal de tudo o que está exposto são as sessões de cinema: recriando a sensação proporcionada quando foram exibidos, os filmes estão com a projeção mais próxima do original, com a 'qualidade da época', ou seja, em rolos de 35mm. O melhor é que depois de alguns determinados filmes acontece um debate com algum crítico da Folha.
            Portanto, quem se interessar deve conferir a exposição, que fica aberta até agosto. Ela é gratuita, com exceção das sessões de filmes, que só são gratuitas de quinta feira. Vale a pena!