segunda-feira, 2 de junho de 2014

A Culpa é das Estrelas


Por Gabriel Fabri

Quando um livro se torna um best seller internacional, é comum a expectativa em torno de sua adaptação para o cinema. Principalmente quando a obra, além de bem sucedido comercialmente, é objeto de culto de muitos adolescentes leitores. Não foi diferente com "A Culpa é das Estrelas", adaptação do romance de John Green dirigida por Josh Boone, que tem um objetivo muito claro de agradar, sobretudo, os fãs da história criada pelo autor.


Hazel (Shailene Woodley) é uma adolescente diagnosticada com câncer terminal. Para contentar os seus pais, ela resolve participar de um grupo de apoio para jovens que possuem alguma doença. Lá, conhece o charmoso Augustus (Ansel Elgort), que perdeu uma perna devido a um câncer, mas que já está recuperado. Os dois iniciam um relacionamento que pode ir muito além da amizade, apesar de Hazel não ter esperanças de um futuro promissor - ela é, como a própria afirma, "uma granada" que pode explodir a qualquer momento.

A adaptação opta pelo caminho mais conservador, tentando se manter o mais fiel ao livro possível. Prevalece a narração em off da protagonista, utilizada à exaustão, e mudanças no enredo são quase inexistentes. A direção também é bem convencional.

Apesar de Woodley imprimir grande personalidade para a personagem principal, tornando impossível não sentir empatia por ela, o filme não é envolvente ao ponto de escapar da previsibilidade da trama com a mesma facilidade do livro. E a obra dirigida por Boone pode se tornar um tanto enfadonha, ainda mais para quem leu o romance de Green e não nutre por ele uma admiração de fã. A sensação é de que faltou algo que imprimisse no filme camadas maiores de profundidade - se trata de um longa trágico, sobre adolescentes com câncer apaixonados, afinal.

"A Culpa é das Estrelas" é uma adaptação fiel, mas que deixa a desejar ao se acomodar tanto no que já era certeza de sucesso com o público que pretende atingir. Você pode até derrubar algumas lágrimas, mas uma boa adaptação poderia desencadear uma emoção muito mais forte do que esse comedido filme.

Curta a página do blog no Facebook   

Nenhum comentário:

Postar um comentário