sexta-feira, 13 de maio de 2011

Reencontrando A Felicidade

            Algumas pessoas só percebem que possui uma coisa boa quando ela se vai. Mas a dor da perda é sempre maior pra quem percebeu isso antes, principalmente ao se tratar de pais que perdem um filho. É sobre essa tragédia numa família que se trata o filme Reencontrando A Felicidade (Habbit Hole, nome homônimo à peça em que se baseia), de John Cameron Mitchell, em seu primeiro filme de destaque como diretor.
             A trama conta a história do casal formado por Becca e Howie (Nicole Kidman e Aaron Eckhart, respectivamente). Após 8 meses desde a morte de seu filho pequeno, o casal ainda enfrenta problemas de aceitação sobre o fato que lhes ocorreu e, para piorar, cada um tenta lidar com o luto de maneiras diferentes que entram em conflito. Assim, acompanhamos o desenvolvimento do relacionamento dos dois enquanto buscam a tal felicidade do título em português.
             Questões como superação e a relação matrimônial são abertas, a medida que a trama se desenvolve e os personagens são apresentados e aprofundados. O filme vai se revelando aos poucos, e isso mantém a atenção do espectador focada no casal, nas suas emoções e na sua história. Embora o modo com que tudo é conduzido seja de extrema importância, o grande destaque da obra são os atores: Aaron se entrega ao papel e atua perfeitamente na sua melhor performance desde 'Obrigado Por Fumar', proporcionando emoção ao público e dando suporte a atuação de Nicole, também brilhante, que se destaca bastante e provou ser digna de indicação ao Oscar na categoria mais badalada do ano, a de melhor atriz.
             Sem dúvida alguma, a interpretação dos atores já vale o filme. Kidman prova em seu primeiro filme como produtora que, fracassos a parte, ainda é uma excelente atriz e, com o papel certo, pode conseguir repetir o prêmio levado em 2002 por 'As Horas' e levar mais um Academy Award para casa. Junto com Eckhart, os dois formam o casal perfeito para levar toda a dor e sofrimento dos seus personagens a quem assiste, e a dinâmica entre os dois funciona bem durante todos os 91 minutos de projeção.
             Em suma, é possível ser feliz de novo depois de algo tão trágico? É possível que um casal sobreviva a toda a dor que o luto e as lembranças podem trazer? Quanto tempo é necessário para que a felicidade seja reencontrada? São dessas complexidades que o filme trata, e o resultado final não deixa a desejar.

2 comentários:

  1. muito lindo! o que eu mais gostei nesse filme foi a direção de arte, em especial a fotografia...

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  2. Ligia Maria Carvalho14 de maio de 2011 às 21:38

    Gabriel!!! Este deve ser bem triste!!Mas graças ao meu pezinho engessago(KK)continuo sem ir ao cinema!!!Vamos ter muitos filmes para locar nas férias!! Muito bom seu comentário!!! Adorei!!bjaum

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