A Rainha do pop começa o seu décimo segundo álbum com uma oração: “Eu quero tanto ser boa” é a frase que evoca “Girl Gone Wild”, a primeira faixa de MDNA (sucessor de Hard Candy, de 2008), música sobre uma garota boa se tornando selvagem, mas que na verdade é “uma bad girl de qualquer maneira”. O novo álbum de Madonna inicia-se com uma contradição que permeia os quase trinta anos da carreira da cantora de maior sucesso da história da música, que aqui aparecem de maneira sintetizada e hipnotizante.
A faixa que abre o álbum, que é também o segundo single promocional, não poderia ser mais chiclete: letra fácil, ritmo contagiante, refrão grudento, bem eletrônica e dançante. É o convite para as garotas boas (ou os garotos, como o clipe sugere) embarcarem no universo de amor, dança e sexo que Madonna sempre trouxe em suas músicas. Apesar de nada original, vai por todo mundo para dançar.
Segue-se o melhor de MDNA: a faixa “Gang Bang” é a mais ousada, tamanha violência transformada em diversão para as pistas – Madonna, como uma vadia fora de controle, atira para matar – e o melhor é quando a música para e termina com ela refletindo um pouco e gritando os segundos mais legais do álbum. O momento mais dançante vem com “I’m Adictted”, que dá um show em qualquer outra faixa de Confessions on a Dance Floor, ainda o álbum mais dance da carreira da Rainha, e que termina com o nome do álbum repetido para se gritar em coro, ou se jogar na balada, num dos momentos de ápice egocêntrico do álbum. Por último, a quarta faixa do álbum é também a melhor: “Turn Up The Radio” é doce, alegre, contagiante e jovial, lembrando Madonna em seus primeiros trabalhos, e fala sobre aumentar o volume do rádio para superar problemas.
A overdose de egocentrismo chega com a brilhante “Give Me All Your Luvin’”, em que as cantoras M.I.A. e Nicki Minaj cantam em coro “L-U-V MADONNA”, e que realmente lembra, de maneira poderosa, o pop mais chiclete do começo da carreira de Madonna. O primeiro single do álbum fez muito barulho, embora por pouco tempo, e representa um grande passo na vida da cantora (a apresentação no Super Bowl e o retorno aos holofotes, que você confere com mais detalhes aqui). Nesse momento do álbum, você já deve estar pronto para dar todo o seu amor à Rainha.
O restante de MDNA é mais do mesmo: batidas hipnotizantes, refrãos contagiantes, músicas deliciosas de se ouvir. Tudo que Madonna sempre foi, com uma pegada mais eletrônica, futurista, que varia de intensidade faixa para faixa. Cada uma se inclina para uma de sua carreira, com cara de novidade – trabalho impecável. Apesar de músicas bem diferentes entre si, elas formam uma unidade: o cd sobre Madonna que reúne um pouco de tudo o que vimos dela, inclusive sua capacidade de reinvenção, que faz com que MDNA soe diferente de tudo o que ela fez e mesmo assim soe parecido. Outra contradição que só torna o resultado mais interessante.
MDNA lembra o mais recente álbum de Christina Aguilera, o injustiçado Bionic. A ideia é quase a mesma, a pegada futurista e chiclete também, as pitadas de rap, os momentos mais íntimos e reflexivos (duas cantoras com o divorcio em seu caminho) e até algumas colaborações são as mesmas (M.I.A. e Nicki Minaj). Fazer o mesmo pop de um jeito diferente sempre é tendência, mas não se pode negar que MDNA é o Bionic de Madonna. A diferença é que Aguilera arriscou muito mais com seu trabalho e soube divulgá-lo muito mal, enquanto MDNA parece mais divertido e coeso, bem mais comercial. Ponto para a rainha.
O novo trabalho inclui a canção vencedora do Globo de Ouro, “Masterpiece”; outra com vocais da filha Lourdes Maria (“Superstar”); e uma com Nicki Minaj que encerra com a rapper dizendo: “Só existe uma rainha, e ela é a Madonna, bitch”. Na versão de luxo, com dezessete faixas, M.I.A. participa de uma animada música de aniversário (“B-Day Song”) que lembra um pouco a brasileira Xuxa. Vale a pena conferir também “Love Spent”, uma das grandes do álbum.
Em suma, MDNA é diferente e engloba várias fases da carreira da Madonna, com um charme irresistível e muita energia. É o DNA da carreira da Rainha que se mostra poderoso e potente como nunca. A associação do nome do álbum com o ecstasy também é mais que correta: o álbum é mesmo uma droga. No bom sentido, é claro. Use-a sem moderação.
A faixa que abre o álbum, que é também o segundo single promocional, não poderia ser mais chiclete: letra fácil, ritmo contagiante, refrão grudento, bem eletrônica e dançante. É o convite para as garotas boas (ou os garotos, como o clipe sugere) embarcarem no universo de amor, dança e sexo que Madonna sempre trouxe em suas músicas. Apesar de nada original, vai por todo mundo para dançar.
Segue-se o melhor de MDNA: a faixa “Gang Bang” é a mais ousada, tamanha violência transformada em diversão para as pistas – Madonna, como uma vadia fora de controle, atira para matar – e o melhor é quando a música para e termina com ela refletindo um pouco e gritando os segundos mais legais do álbum. O momento mais dançante vem com “I’m Adictted”, que dá um show em qualquer outra faixa de Confessions on a Dance Floor, ainda o álbum mais dance da carreira da Rainha, e que termina com o nome do álbum repetido para se gritar em coro, ou se jogar na balada, num dos momentos de ápice egocêntrico do álbum. Por último, a quarta faixa do álbum é também a melhor: “Turn Up The Radio” é doce, alegre, contagiante e jovial, lembrando Madonna em seus primeiros trabalhos, e fala sobre aumentar o volume do rádio para superar problemas.
A overdose de egocentrismo chega com a brilhante “Give Me All Your Luvin’”, em que as cantoras M.I.A. e Nicki Minaj cantam em coro “L-U-V MADONNA”, e que realmente lembra, de maneira poderosa, o pop mais chiclete do começo da carreira de Madonna. O primeiro single do álbum fez muito barulho, embora por pouco tempo, e representa um grande passo na vida da cantora (a apresentação no Super Bowl e o retorno aos holofotes, que você confere com mais detalhes aqui). Nesse momento do álbum, você já deve estar pronto para dar todo o seu amor à Rainha.
O restante de MDNA é mais do mesmo: batidas hipnotizantes, refrãos contagiantes, músicas deliciosas de se ouvir. Tudo que Madonna sempre foi, com uma pegada mais eletrônica, futurista, que varia de intensidade faixa para faixa. Cada uma se inclina para uma de sua carreira, com cara de novidade – trabalho impecável. Apesar de músicas bem diferentes entre si, elas formam uma unidade: o cd sobre Madonna que reúne um pouco de tudo o que vimos dela, inclusive sua capacidade de reinvenção, que faz com que MDNA soe diferente de tudo o que ela fez e mesmo assim soe parecido. Outra contradição que só torna o resultado mais interessante.
MDNA lembra o mais recente álbum de Christina Aguilera, o injustiçado Bionic. A ideia é quase a mesma, a pegada futurista e chiclete também, as pitadas de rap, os momentos mais íntimos e reflexivos (duas cantoras com o divorcio em seu caminho) e até algumas colaborações são as mesmas (M.I.A. e Nicki Minaj). Fazer o mesmo pop de um jeito diferente sempre é tendência, mas não se pode negar que MDNA é o Bionic de Madonna. A diferença é que Aguilera arriscou muito mais com seu trabalho e soube divulgá-lo muito mal, enquanto MDNA parece mais divertido e coeso, bem mais comercial. Ponto para a rainha.
O novo trabalho inclui a canção vencedora do Globo de Ouro, “Masterpiece”; outra com vocais da filha Lourdes Maria (“Superstar”); e uma com Nicki Minaj que encerra com a rapper dizendo: “Só existe uma rainha, e ela é a Madonna, bitch”. Na versão de luxo, com dezessete faixas, M.I.A. participa de uma animada música de aniversário (“B-Day Song”) que lembra um pouco a brasileira Xuxa. Vale a pena conferir também “Love Spent”, uma das grandes do álbum.
Em suma, MDNA é diferente e engloba várias fases da carreira da Madonna, com um charme irresistível e muita energia. É o DNA da carreira da Rainha que se mostra poderoso e potente como nunca. A associação do nome do álbum com o ecstasy também é mais que correta: o álbum é mesmo uma droga. No bom sentido, é claro. Use-a sem moderação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário