O maior ícone do cinema, a mulher mais famosa de sua época, Marilyn Monroe, ganha finalmente seu retrato nas telas do cinema. Cinquenta anos após sua morte, a diva é interpretada por Michelle Williams (Namorados para Sempre), três vezes indicada ao Oscar, nessa adaptação do livro homônimo autobiográfico de Colin Clark, que retrata o cotidiano das filmagens de O Príncipe Encantado, na Inglaterra.
O filme mostra os bastidores do longa de 1957 pela perspectiva de Clark (Eddie Redmayne), um jovem que ambicionava trabalhar com cinema, inspirado pelas obras de Orson Welles e Alfred Hitchcock, e se torna, pelo método da insistência, o terceiro assistente do diretor Laurence Oliver (Kenneth Branagh, de Celebridades, do Woody Allen), que é também o ator principal de O Príncipe. A grande estrela do longa não é ninguém menos que Marilyn Monroe. Entretanto, a imagem da atriz não condiz com sua verdadeira personalidade, que trará uma porção de problemas para a produção.
Simon Curtis, desconhecido diretor inglês, conseguiu com Sete Dias com Marilyn (My Week With Marilyn) transmitir para as telas todo o caos que as filmagens de um longa com Monroe costumava ser. Mais do que isso, ele sintetizou em uma hora e meia toda a duplicidade da personalidade da estrela. A Marilyn que todos conheciam e até hoje é idolatrada e sua verdadeira face são perfeitamente reconstituídas por Michelle Williams, impecável no papel. Embora seja a perspectiva de Clark que conduza a narrativa, não é de se impressionar que o papel de Williams acabe roubando toda a atenção: assim como em sua curta filmografia, que incluem clássicos como Quanto Mais Quente Melhor e Os Homens Preferem As Loiras, Marilyn rouba a cena e brilha. Nesse filme, ela não é mais a maior estrela que Hollywood já teve. Finalmente, ela é vista como um personagem de extrema complexidade. E Michelle convence com sua atuação premiada pelo Globo de Ouro e merecidíssima do Oscar de Melhor Atriz, que não lhe foi entregue.
O longa ganha pontos também com o bom desenvolvimento dos personagens, principalmente Laurence Oliver, perfeito como o diretor levado à beira da loucura pelas atitudes da diva, que ajudam a criar o cenário caótico das filmagens. Sete Dias com Marilyn só não é perfeito porque demora para ficar interessante, no início. Todavia à medida que Michelle Williams avança na caracterização de sua personagem, o filme encontra seu caminho, que termina num digno relato e em uma perfeita homenagem à Marilyn Monroe.
Confira o texto do blog (com fotos) sobre a mostra Quero Ser Marilyn Monroe, que rolou em São Paulo no mês de março: http://popwithpopcorn.blogspot.com.br/2012/03/quero-ser-marilyn-monroe.html
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