Pouco mais de dois anos se passaram desde que Christina Aguilera
anunciava o álbum Bionic e seu
retorno ao mercado musical, após o hiato desde Back to Basics. De lá pra cá, muita coisa aconteceu: seu quarto
álbum de estúdio virou alvo de comparações com Lady Gaga, vendeu mal, recebeu muitas
críticas negativas e não emplacou uma turnêzinha, quanto mais um hit; junto à recepção morna do seu trabalho, a cantora enfrentou um divorcio e engordou;
ganhou uma estrela na calçada da fama e lançou Burlesque, seu primeiro filme, que teve uma boa bilheteria, o que logo
foi esquecido quando errou o hino nacional americano no programa mais assistido
do ano, o Superbowl, e tropeçou durante uma homenagem a Aretha Franklin no
Grammy. Com o The Voice e a parceria
com Maroon 5 em Moves Like Jagger,
parece que Aguilera reencontrou seu espaço no mercado musical americano. O novo
álbum Lotus, cujo lançamento mundial
é hoje, simboliza a volta por cima de uma das vozes mais potentes da música atual.
“Esse é
o começo”, declara Christina Aguilera na intro
do novo álbum, cujo nome representa uma flor “inquebrável” que existe dentro dela, e que agora é
libertada. O recado dado é evidente já na primeira música do álbum, a incrível Army of Me. Já dá para colocá-la na
lista das melhores do ano e, por que não, de toda a carreira da cantora. Isso
porque ela é a síntese do novo trabalho e tem as principais virtudes da diva:
uma música muito poderosa e dançante, com muitos gritos e atitude. Nessa versão
mais animada de Fighter, Aguilera diz
que há um verdadeiro exército de faces suas para toda vez que alguém quebrá-la,
e estão todas mais fortes. Vai encarar?
Pode-se
dividir Lotus em duas simples categorias:
as músicas divertidas e aquelas mais sérias, que refletem sentimentos mais
densos da cantora. Army of Me é a que
mais se encaixa nas duas. Já as quatro faixas seguintes apresentam uma Aguilera
descontraída querendo levar todo mundo pra pista. Red Hot Kinda Love é muito chiclete e tem uma sonoridade engraçada
(diferente das experimentações de Bionic,
vale ressaltar); Make The World Move,
parceria com CeeLo Green (outro mentor do The
Voice), é para se jogar, mas é muito barulhenta – e não estou me referendo
aos gritos sempre bem-vindos que são a marca registrada de Aguilera - talvez
fique melhor ao vivo, sem o CeeLo; Your
Body, o primeiro single, mostra
uma Aguilera poderosa e quase tão apelativa quanto nos tempos de Dirrty – “é verdade o que você ouviu, eu sou uma doida”; e o ciclo
de músicas divertidas se fecha com Let
There Be Love, a faixa mais comercial do álbum e mais próxima do que faz
sucesso hoje em dia.
Com Sing for Me, mais um daqueles momentos
inacreditáveis que poucas cantoras podem proporcionar com tanta frequência como
Aguilera. A primeira balada do álbum é revigorante. É um hino que tenta
despertar o melhor das pessoas (ou pelo menos o melhor da cantora) por meio da
música, inspirá-las a cantar por elas mesmas. Ela avisa: “Quando eu abro minha
boca, todo o meu coração sai para fora”. E manda o recado para todos que criticaram
ela com o último trabalho. Ela não vai parar.
Em
seguida, o ápice do álbum - também uma balada. Depois de fazer seus fãs se
divertirem e se sentirem poderosos, vem a bala de prata: Blank Page. Uma linda música sobre recomeçar a vida, ou mais
precisamente um relacionamento. Aguilera vem mostrar que arrependimento não
mata e se apresenta como uma folha branca, esperando a vida começar. Se Army of Me é o grande destaque do álbum,
Blank Page é o grande tesouro.
Na
faixa seguinte, Aguilera se rende em Cease
Fire, uma das melhores do álbum. Depois, volta toda animada em Around The World, onde recorda os tempos
de Lady Marmelade, menciona o Brasil e alimenta esperanças de trazer sua
próxima turnê para cá. Seguem-se boas músicas, incluindo um dueto com Blake
Shelton que fecha
o álbum.
Lotus traz músicas com potencial de
marcar para sempre a interprete de Beautiful.
Divertido e poderoso, Aguilera prova continuar trabalhando para fazer coisas
diferentes em cada álbum, mas principalmente, continua a “olhar para seu
reflexo e abraçar a mulher que se tornou”. É assim que ela inspira seus
ouvintes a fazer o mesmo.
Acima, o vídeo de Your Body.
Adorei a resenha. O disco é sensacional também. Apesar de achar que o disco não vai chegar ao #1 da Billboard, mas pelo menos vai servir pra apreciarmos lindas músicas, como "Army of Me" (<3) e "Around The World", na minha opinião a melhor do álbum! =D
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