No Oscar de 2012, a discussão sobre escravidão voltou à tona com a dramédia Histórias Cruzadas (indicada a Melhor Filme, entre outros prêmios). Embora trate de um período futuro ao tema, está intimamente ligada com sua raiz, o preconceito racial na sociedade ocidental. Anos atrás, A Cor Púrpura era premiado como Melhor Filme, ao mostrar de maneira muito tocante o sofrimento de uma negra, vítima de tal condenável ódio. Para a cerimônia de 2013, o tema volta à tona em Django Livre, mas agora nas mãos do incomparável Quentin Tarantino (Kill Bill, Pulp Fiction), e ele não quer saber de sentimentalismos.
O ano é 1859.O escravo Django (Jamie Foxx) acaba de ser libertado pela figura excêntrica do "dentista" King Schultz (Christopher Waltz). Na verdade, Schultz é um caçador de recompensas e precisa da ajuda de Django para conseguir, vivo ou morto, seus próximos alvos. Mas Django quer mesmo é libertar sua esposa, escrava nas mãos de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).
Tarantino não tem limites ou pudores para expor a crueldade da escravidão e o pensamento vigente na "Casa Grande" da época. Como é de se esperar de seus filmes, tudo é tratado com muita violência estilizada e dozes de humor provenientes de seus exageros. O diretor trabalha extremamente bem e faz com que seu estilo continue divertindo e chocando os espectadores.
Os atores também estão ótimos. Jamie Foxx conduz bem o longa e desperta admiração, curiosidade e até certa raiva em alguns momentos. Enquanto isso, DiCaprio encarna o perfeito escravocrata idiota - meninas não sairão babando por ele do cinema (espero) - num papel dificílimo que retrata todo o preconceito da época. Tem ainda Christopher Waltz, premiado com a Palma de Ouro e o Oscar por Bastardos Inglórios (obra de Tarantino que antecede Django), que também faz um bom trabalho, no papel mais interessante do longa - o único indicado ao Oscar desse ano, na categoria Melhor Ator Coadjuvante.
Gabee,
ResponderExcluirDescreveu suuper bem o filme, adorei :)
Beijiinhos,
Biaa H.