O Pop with Popcorn apresenta a lista de melhores do ano. Foram selecionados apenas filmes que tinham crítica no blog. Para ler as resenhas na íntegra, só clicar no nome do filme ;)
"São raros os filmes hoollywoodianos que conseguem envolver tanto o
espectador, não com ação, mas explorando bastante os sentimentos dos
personagens, por meio das músicas e dos seus closes. Algumas pessoas
sairão das salas antes do final, porque, apesar de envolvente, está
longe de ser uma obra fácil de ser digerida. Quem assiste à ela está
desarmado diante de tantas cenas levemente tocantes e precisa estar
disposto a permitir essa vulnerabilidade, essencial para sentir que, em
suma, Os Miseráveis é arrasador."
"Enquanto Branca de Neve e O Caçador se propunha a ser dark,
mas manteve a essência infantil da versão mais conhecida, o filme de
Berger teve a ousadia necessária para fazer uma obra verdadeiramente
genuína - pelo menos, no cinema, pois é certo que o conto já teve muitos
outros enredos ainda mais violentos ou malucos, ao longo dos séculos em
que foi transmitido oralmente.
Branca de Neve
é uma obra diferente e ousada, o que, curiosamente, torna o filme muito
mais agradável e divertido do que qualquer adaptação recente de contos
feita pelo cinema americano. A direção ágil, a trilha de peso e o enredo
repleto de reviravoltas, além das peculiaridades espanholas, mantém o
espectador intrigado. Você pode até conhecer a história, mas em momento
algum poderá prever a cena seguinte."
"Ferrugem e Osso é um filme delicado, com duros e impressionantes
pontos de tensão. Um enredo excelente, combinado com atuações e direção
de alto nível, resultam numa obra desconcertante e, ao mesmo tempo,
encantadora."
"Sofia Coppola teve um feeling incrível de como essa história real tem um
viés contestador de muitas nuances da sociedade. Toda essa crítica está
estampada em Bling Ring - A Gangue de Hollywood, um filme que
mostra o quanto a juventude de hoje é problemática, mas, ao mesmo tempo,
fascinante. Coppola sabe aproveitar a chance de fazer um filme que
seduz e repudia ao mesmo tempo. Ela mostra o quanto esse estilo de vida é
sedutor e divertido, e ao mesmo tempo vai além dessa superficialidade. A
cena final, fidedigna à personagem na vida real, é a síntese perfeita
para um filme em sintonia com o mundo contemporâneo."
"Azul é a Cor Mais Quente é um filme ousado e complexo, apesar da
aparente simplicidade. Trata-se, sobretudo, de uma obra não apenas sobre
homossexualidade, mas sobre o desejo - a eterna lacuna que nunca é
preenchida no ser humano, que o faz querer mais e mais, que motiva Adele
a tentar se encontrar. Sobre as delícias e as dores da jornada de
autodescobrimento. E, por fim, sobre um amor que nasce, atinge o seu
ápice e vai se esvaindo, como em uma relação sexual - ou, se preferir,
como se a relação com Emma fosse o grande orgasmo da vida de Adèle."
Menção Honrosa: O Grande Gatsby
Melhor Filme da Mostra: Miss Violence
"Prepare-se para ser provocado. Miss Violence, longa-metragem grego, foi a maior surpresa da Mostra.
Imagine um filme que começa com um close numa porta, e, logo em
seguida, vai para uma festa de uma garota que acaba de fazer 11 anos.
Algo está errado: a garota e sua irmã não sorriem, em oposição ao seu
avô que dança com a primeira, sorridente. Nesse momento de suposta
felicidade em família, a aniversariante caminha quieta para a janela e
se suicida. Perplexos, e sob a mira da assistência social, os parentes
da menina tentam retomar as suas vidas, como se a situação traumática
nunca tivesse acontecido. Aos poucos, o público vai descobrindo um
ambiente opressor e nuances violentas nos personagens, em especial na
única figura masculina do filme.
A questão que permeia a obra é o autoritarismo das relações familiares, sendo que nisso se encontra uma longa tradição de passividade e subordinação ao "chefe de família" e o tão frequente uso da violência física e verbal com finais "educativos". Miss Violence não pretende ser um filme de superação de luto e sim uma crítica feroz a instituição familiar e ao uso da violência. Com pequenas reviravoltas surpreendentes e chocantes, esse é um filme mais que desconfortável, é totalmente desestabilizador. Imperdível! "
Pior Filme: Amantes Passageiros
"O diretor avacalhou: não surpreende, não seduz e não provoca a ninguém
que está acostumado com seus filmes. Cinema de autor transformado em Todo Mundo Em Panico, edição especial 'nas alturas'".
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