terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cavalo de Guerra

   
As relações de pessoas com animais são apenas um tema de Cavalo de Guerra (War Horse), novo filme de Steven Spielberg. O diretor responsável pelos quatro filmes do Indiana Jones, entre outros clássicos como E.T. e A Cor Púrpura, retorna a mais um filme de guerra. Depois da II em Resgate do Soldado Ryan, agora é a I Guerra que é abordada, com o maior perfeccionismo.

A trama é baseada no livro infantil de Michael Morpurgo, que chamou atenção de Spielberg quando foi encenado no teatro em Londres, com marionetes dos cavalos em tamanho natural, movimentadas por homens visíveis à platéia. Para ser mais realista, sem deixar de ser emocionante, foram usados cavalos de verdade (exceto em algumas cenas perigosas para eles). No filme, o cavalo Joey é criado por um menino cuja família encontra-se com preocupações financeiras, que são solucionadas com a venda do animal. Esse é enviado à guerra e tentará sobreviver em meio às desastrosas batalhas que marcaram o choque de imperialismos que deu fim à Belle Époque.

Acompanhamos o cavalo assumindo como personagem principal do filme. Suas emoções, seus desafios e suas relações são percorridas como se ele fosse um humano. De fato, salvo alguns coadjuvantes, torcemos pelo cavalo e não pela nossa própria espécie ao decorrer dos fatos. Isso porque Spielberg ambienta a trama na pior obra da humanidade (até então) e expõe o horror dos conflitos, desde um ataque surpresa trágico até os momentos mais tensos nas trincheiras. Em meio a tudo isso, vemos, pela maneira como o cavalo é tratado por alguns, um traço de humanidade que os homens parecem perder nas batalhas.

Anos de experiência dão ao diretor controle total sobre a longa trama e sob os espectadores. Mesmo no começo do filme, onde muitos diretores costumam se arrastar, o tempo passa rápido, até demais. É uma prova de que ele sabe fisgar o público. A segunda é o resultado final: belo, emocionante e terno. Assim, o cavalo é uma metáfora para o que há de melhor em nós e a guerra para o que há de pior. Mas os significados da obra não se limitam aí: o amor, a coragem, a perseverança, a família, tanto nos humanos quanto no animal são um feixe de esperança em meio ao caos, deixando uma bela mensagem.
     

2 comentários:

  1. Meeu, animal !! O filme é muito bom e realmente prende o telespectador ! Sem contar que a critica foi extremamente bem escrita e nada cansativa!! Congrats!

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  2. Esse eu quero ver demais!!Estou tentando convencer o meu acompanhante aqui a ver comigo!!!adorei sua crítica!!!

    bjs

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